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Colaboração intercooperativa: fortalecendo redes para o sucesso

Endossada pela famosa frase “juntos somos mais fortes”, o sexto princípio do cooperativismo prega a prática da intercooperação, a colaboração mútua entre cooperativas. Esta ideia se apresenta desde o seu nascimento como um diferencial positivo de um modelo de negócio que também abraça, por exemplo, a gestão democrática e a educação como forma de desenvolvimento individual e coletivo.


No conteúdo de hoje vamos entender como este princípio, que é um dos menos conhecidos do cooperativismo, é essencial para que haja o desenvolvimento de algumas das ideias que são a base deste movimento socioeconômico que incentiva a ajuda mútua e a parceria como estratégia de crescimento e de fortalecimento.

Uma boa leitura.

A colaboração mútua entre cooperativas


A intercooperação, apesar de estar lá na base do movimento cooperativista, não é praticada de forma tão intensa pelos seus principais atores.

Podemos compreender este cenário a partir de uma visão mais analítica, onde as cooperativas possuem culturas organizacionais bem distintas umas das outras, além de naturalmente temerem a perda de sua autonomia e independência.

O fato é que, mesmo com estas preocupações, a intercooperação é a chave para o crescimento mútuo - e mais ainda - para o desenvolvimento sustentável de todo este movimento social e econômico.

E por que podemos pensar desta forma?

A intercooperação envolve parcerias que podem ser locais, regionais, nacionais ou até mesmo internacionais, e substitui uma lógica, de mercado, que preconiza a competição e a concorrência, por outra, que prega a colaboração mútua, com o objetivo de otimizar tempo e recursos, agregar conhecimentos e aperfeiçoar processos.

Este modelo de relacionamento entrega melhores resultados para as cooperativas, que repassam os benefícios para as suas comunidades, entregando melhores produtos e serviços mais vantajosos.

Intercooperação horizontal e vertical


Podemos conceber a intercooperação de duas formas, bem simples e que geram expectativas e resultados distintos.

A intercooperação do tipo horizontal acontece entre duas cooperativas de segmentos diferentes. Quando uma cooperativa agrícola estabelece, por exemplo, uma parceria com outra de crédito, para interligarem seus produtos, ela está praticando a intercooperação horizontal.

Para uma parceria entre cooperativas de setores distintos ter sucesso a premissa é que elas se respeitem e principalmente, respeitem o serviço ou produto oferecido por ambas.

A intercooperação do tipo vertical acontece quando duas cooperativas do mesmo segmento se unem para criar uma central e reforçar a marca dentro de um mercado.

O objetivo principal deste formato é reforçar uma marca, para ganhar mercado dentro de um cenário local, regional, nacional ou até mesmo internacional.

Podemos usar como exemplo a união das cooperativas de crédito a fim de criar o Fundo Garantidor de Crédito Cooperativo (FGCoop).

As bases para uma intercooperação


São diversos os fatores que de fato permitem a existência de um sistema de colaboração entre cooperativas, e podemos listar os principais:

  • Interdependência 

Cooperativas que se unem em prol de melhores serviços, produtos ou outros motivos, precisam entender que esta ligação naturalmente cria uma relação de interdependência entre elas, e esta ligação precisa ser trabalhada para que nenhuma cooperativa perca a sua identidade.

  • Transparência

Em uma intercooperação é crucial que haja uma transparência muito bem definida, para que não aconteçam ruídos desnecessários que só vão prejudicar a parceria entre elas.

  • Gestão profissional

Estabelecer uma relação colaborativa demanda a prática de uma gestão profissional por parte de ambas as cooperativas. Não há espaço para amadorismo aqui, que somente vai prejudicar o cooperativismo.

  • Controle de vaidades

Em uma relação de parceria envolvendo duas ou mais culturas organizacionais, conselhos administrativos e equipes de trabalho é fundamental que haja um respeito muito grande entre todas as partes, com a prática contínua do controle de vaidades, tão natural em contextos como estes.

  • Comunicação

Outro fator essencial para que haja a colaboração entre cooperativas é uma comunicação clara, eficaz e sem ruídos, para que todos estejam alinhados com as mesmas expectativas e com os mesmos objetivos. Comunicação eficiente evita problemas futuros, e melhora muito o ambiente de cooperação.

A importância da intercooperação


Além de fazer parte da lista de princípios cooperativistas, a intercooperação é importante por fomentar uma base mais sólida para o crescimento mútuo de cooperativas, desde que elas estabeleçam regras e desenvolvam uma relação mútua de respeito, amizade e profissionalismo.

O envolvimento de cooperativas em um processo de intercooperação é crucial para que elas cresçam no mercado competitivo, e ampliem seus conhecimentos. 

Esta linha de raciocínio funciona pelo fato de vivermos em um universo dominado por grandes marcas, corporações, negócios, e a colaboração entre cooperativas acaba criando um cenário mais competitivo, onde estas passam a ter alguma chance para concorrer pelo mesmo mercado.

Entretanto, precisamos lembrar que os elementos que devem conduzir estas parcerias são estabelecidos a partir do sexto princípio do cooperativismo, e não por lógica de mercado ou por benefícios econômicos gerados pelos resultados.

As vantagens da intercooperação 


É inegável que, ao pensarmos em um sistema de união entre cooperativas, a primeira vantagem que vem em mente é a construção de uma rede para o sucesso das cooperativas.

Mas não podemos falar somente deste benefício, pois há outros tão importantes:

  • Redução de custos

A parceria estratégica entre duas cooperativas, formando uma administração central, tende a reduzir sensivelmente os custos, já que ao menos teremos a metade de uma estrutura administrativa sendo deletada, economizando recursos.

Essa redução de custos vai ser ainda mais potencializada se as cooperativas que se uniram o fizeram dentro da ideia de compartilharem algum espaço administrativo, e neste sentido haverá a economia do espaço e de todos os objetos subsequentes.

  • Aumento do poder de negociação 

É bem lógico que cooperativas unidas consigam melhores preços para produtos e serviços, além de poderem realizar compras e vendas coletivas.

  • Fortalecimento do cooperativismo

A intercooperação foi colocada com princípio lá nos seus primórdios para ajudar a criar uma cultura que fortalecesse esse movimento social e econômico. Essa união ajuda a fortalecer, tanto individualmente quanto coletivamente, gerando empregos, e principalmente, beneficiando as comunidades envolvidas.

Conhecendo ainda mais o sexto princípio do cooperativismo

A intercooperação é um dos princípios menos falados, porém tem uma importância ímpar para o cooperativismo.

Por isso, conhecer de modo mais profundo, e com detalhes, a intercooperação, pode ser um diferencial competitivo para você.

Uma forma de adquirir conhecimentos aprofundados sobre cooperativas é consumindo os materiais da Coonect.se e participando de consultorias, palestras ou capacitações direcionadas para o público cooperativista.

Conclusão

No conteúdo de hoje conhecemos mais detalhadamente o sexto princípio cooperativista, e vimos como ele se estabelece como elo entre duas cooperativas, que podem ser de setores completamente diferentes um do outro, mas também podem trabalhar com o mesmo produto ou serviço.

Em ambos os casos, a união entre cooperativas tem o poder de beneficiar ambas, além de, é claro, todos os envolvidos.

Gostou do conteúdo? Continue com a gente, temos muitos outros artigos sobre o universo do cooperativismo.


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No conteúdo de hoje vamos entender como o princípio da intercooperação é essencial para que haja o desenvolvimento de algumas das ideias que são a base deste movimento socioeconômico que incentiva a ajuda mútua e a parceria como estratégia de crescimento

intercooperativa

08/07/2024

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