Estratégias de gestão para cooperativas em tempos de crise
Não é muito difícil entender a fórmula do sucesso que separa o joio do trigo no empreendedorismo. Seja numa empresa tradicional, seja numa cooperativa, os bons resultados chegam através de um planejamento estratégico eficiente, uma liderança que preconiza sustentabilidade econômica e uma gestão que antecipa futuros cenários de crise e busca resolver problemas que nem sequer surgiram ainda.
Neste conteúdo vamos entender a importância que boas estratégias de gestão possuem para o cooperativismo, sobretudo em cenários de crise, onde a eficiência administrativa é fator fundamental para o crescimento ou para o fracasso de uma cooperativa.
Vamos compreender o que uma liderança eficiente é capaz de entregar em termos de produtividade, administração e gestão estratégica.
Boa leitura.
Gestão estratégica e cooperativismo
Um dos maiores desafios da gestão estratégica dentro de uma cooperativa é fazer com que ela continue bem-sucedida mesmo que em cenários desfavoráveis.
Para que isso aconteça é muito importante entender qual o papel que ela exerce dentro de um negócio.
Podemos definir a gestão estratégica como sendo o gerenciamento de todos os recursos de uma empresa, que no nosso caso é uma cooperativa, para alcançar objetivos pré-definidos.
Em suma, é o modo como se gerencia uma cooperativa, focando no planejamento estratégico de ações que vão mexer com toda a estrutura organizacional e que vão criar uma base mais sólida de desenvolvimento.
A gestão estratégica no cooperativismo envolve:
Formulação de planos de ação;
Análise de decisões antes de implementá-las;
Definição de objetivos e metas;
Execução de planos de ação;
Avaliação destes planos.
Nessa linha, o cooperativismo se difere de empresas mais tradicionais pelo fato de englobar todos os seus cooperados no programa de gestão estratégica.
Uma cooperativa é marcada pela gestão democrática e pela participação de todos os associados nas tomadas de decisão, sobretudo as principais decisões.
Neste sentido, a gestão estratégica na cooperativa é exercida de forma bem peculiar, onde todas as resoluções podem ser acessadas e questionadas por todos os associados e as principais decisões são colocadas em votação na Assembleia Geral Ordinária (AGO), com os cooperados possuindo direito a voz e voto.
Ações de gestão para se utilizar em tempos de crise
Como já falamos, é a gestão estratégica que possibilita que a cooperativa consiga ter uma visão de futuro, antecipando cenários e identificando novas possibilidades.
Se em um contexto padrão a sua função já é importante para o desenvolvimento de uma organização, em tempos de crise ela é vital para a sua sobrevivência, já que nos momentos de incerteza que uma cooperativa precisa ser ágil, inteligente e flexível para se adaptar às mudanças do mercado, às transformações da economia e às novas demandas dos clientes.
Neste caso, a gestão estratégica de uma cooperativa precisa ter dois elementos alinhados:
Visão a longo prazo com estratégias bem definidas;
Capacidade de agir rápido (em tempo real) e se adequar continuamente às novas demandas do mercado e da sociedade.
Essa linha de raciocínio é facilmente exemplificada com uma situação muito marcante que transformou o mundo: a pandemia de COVID 19.
Com o início da pandemia o mundo se transformou, e muitas cooperativas precisaram se reinventar, buscando novas estratégias de administração, de produção, de comunicação.
As novas demandas que foram surgindo no mercado e na sociedade pressionaram o cooperativismo para buscar novas estratégias em tempos de crise, com soluções criativas, inteligentes e sustentáveis.
As cooperativas e as estratégias de gestão em tempos de crise
Em linhas gerais, uma boa gestão estratégica cooperativista em tempos de crise é desenvolvida a partir de algumas ações:
Agir no momento certo
A gestão estratégica, alinhada com uma liderança eficiente, engloba a capacidade de sempre agir no momento certo, nem muito antes, nem muito depois.
Cooperativas precisam ter sempre a capacidade de analisar, avaliar e reavaliar todas as suas ações, posições e atividades para sempre estarem em conformidade com o cenário atual.
Reduzir seus custos
Em momentos de crise, ou em cenários desfavoráveis e incertos a regra básica de gestão estratégica engloba uma capacidade muito grande em reduzir custos sem prejudicar o produto ou serviço oferecido.
Mesmo que o cooperativismo não trabalhe com a lógica capitalista de uma busca desenfreada por lucro, é preciso que a gestão seja responsável para que a saúde econômica da cooperativa não seja prejudicada.
Assim, é preciso entender bem rápido que o faturamento em tempos de crise normalmente é afetado negativamente e por isso é preciso que haja reservas para cobrir imprevistos ou eventos inesperados.
Investir em inovação e sustentabilidade
O cooperativismo sempre esteve ao lado de ideias como inovação ou sustentabilidade.
Desde a sua origem que a missão cooperativista gira em torno de melhorar as condições de vida de pessoas, cooperados e comunidades.
Neste sentido investir em sustentabilidade e inovação significa manter o espírito cooperativista sempre vivo, com soluções que sempre visam benefícios econômicos, sociais e que gerem impacto na vida de um maior número de pessoas.
Buscar soluções competitivas, inteligentes e eficientes está no coração de uma cooperativa e em momentos de crise esse esforço deve ser dobrado e continuamente reforçado.
Analisar e entender os cenários de crise
Uma das principais funções de um trabalho de gestão de crise é analisar profundamente os cenários desfavoráveis, observando o ambiente externo, entendendo o impacto no modelo de negócio e no planejamento organizacional, e por fim identificando os fatores que levaram às transformações.
Parece complexo demais, mas uma boa gestão estratégica voltada para tempos de crise precisa ter uma noção rápida e exata deste cenário de mudança.
É muito importante compreender os aspectos tecnológicos que estão causando as alterações nos modelos de negócios, os aspectos sociais e econômicos que estão modificando os hábitos dos clientes, cooperados e colaboradores, e por fim analisar de forma eficiente essas informações para desenvolver ações, produtos, serviços e estratégias adequadas ao novo cenário.
Se manter flexível e facilmente adaptável
Uma das maiores habilidades que empresas e cooperativas podem possuir em tempos de crise é a de se adaptar rapidamente às mudanças econômicas, sociais e comportamentais do mundo.
É preciso que a gestão esteja alinhada à um projeto que seja flexível o suficiente para se adaptar aos mais diferentes cenários de crise e de incertezas.
É preciso que o líder entenda que a mudança de rota, com novas estratégias, processos e operações pode ser vital para o crescimento da cooperativa naquele momento.
Para que isso flua com naturalidade é necessário que as organizações tenham uma cultura organizacional que valorize a ideia de adaptabilidade, que estejam dispostas a experimentar novas abordagens para superar desafios e que estejam prontas para realizar as mudanças e explorar oportunidades.
Conclusão
Entender como uma cooperativa pode se resguardar em cenários de crise é um passo essencial para que gestores se tornem líderes de verdade e pilotem organizações capazes de superar desafios e encontrar oportunidades onde todos só veem fracasso.
Vimos aqui que o cooperativismo precisa estar em conformidade com muitos dos elementos de gestão estratégica que são essenciais para as organizações estarem preparadas para os momentos de crise.
Gerir uma cooperativa a partir de estratégias de gestão é querer estar sempre à frente, pensando no futuro e estando apto a mudar, se adequar e se adaptar.
Desta forma que uma crise acabará se transformando em um universo de novas possibilidades, permitindo que o cooperativismo se desenvolva mesmo que em tempos mais difíceis.
Gostou do conteúdo? Continue conosco, temos muitos outros artigos sobre cooperativismo e educação corporativa.
Conhece a Coonect.se? Oferecemos soluções de aprendizagem para indivíduos e cooperativas.
Construímos conhecimento com o propósito de desenvolver pessoas e negócios.
Posts Relacionados
Ver Categoria >Gestão
O que é Employer branding? Conceitos e a vantagens dessa prática nas cooperativas
Neste artigo vamos entender o que é Employer Branding, sua importância, e principalmente, as vantagens que esta prática de gestão estratégica oferece.
Gestão
Neurociência comportamental: tudo que você precisa saber
Neste artigo, exploraremos o conceito da neurociência comportamental e sua aplicação na gestão de pessoas em um ambiente corporativo.
Gestão
Felicidade e Espiritualidade no trabalho: Por que sua empresa precisa saber?
Você sabe por que se tem produzido tanto conteúdo sobre felicidade e espiritualidade? Alguém já te perguntou se você é feliz no trabalho? Se isso te deixou inquieto, siga comigo, mas se ficou confortável, fique...