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Transformação social: Como as Cooperativas Promovem esse Conceito em suas Regiões?

O cooperativismo enquanto atividade econômica existe desde 1884, quando na Inglaterra tivemos as primeiras experiências de empreendimento com base nos princípios cooperativistas. 


Dentre estes princípios, inclusive, há o do 'interesse pela comunidade', e a sua prática ao longo do tempo tem proporcionado uma verdadeira transformação social nas regiões afetadas, gerando benefícios sócio-econômicos inegáveis. 


Neste artigo vamos entender como o cooperativismo promove transformações sociais em suas regiões, e entender a relação entre os princípios cooperativistas e as mudanças sócio-econômicas vivenciadas pelas comunidades que existem no entorno delas.   


O sétimo princípio do cooperativismo


O sétimo princípio do cooperativismo diz o seguinte: 

  • INTERESSE PELA COMUNIDADE: as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros.


O cooperativismo enquanto atividade econômica já se diferencia substancialmente do modelo tradicional capitaneado por empresas que buscam modelos de negócios que visam lucratividade. 


Sua definição reafirma seu caráter de associação autônoma de pessoas que se unem, de forma voluntária, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns. 


Essas aspirações são conquistadas através de um empreendimento, a cooperativa, que é de propriedade coletiva e gerida de forma estritamente democrática.


Desta forma entendemos que o cooperativismo já nasce, mesmo que indiretamente, com a função social de intervir nas localidades que elas existem, gerando transformações sócio-econômicas que melhoram muito a vida das pessoas.


Esse interesse pela comunidade faz parte da cultura cooperativista.


Cooperativismo e economia solidária


O cooperativismo também nasce como uma alternativa ao modelo econômico tradicional, que prega o lucro como princípio e se afasta por completo das questões que afligem as pessoas que vivem nas cidades que servem de sede para empresas puramente comerciais. 


Neste sentido o cooperativismo se assemelha com o modelo de economia solidária, que prega dentre outras coisas que todos os cooperados devem ser os proprietários da entidade e devem dividir os lucros do negócio.


Ambos os modelos trazem como essência a ideia de promover benefícios nas comunidades onde estão inseridas, gerando bem estar coletivo, diminuindo as desigualdades sociais e eliminando as mazelas que a pobreza e o desemprego geram nestas localidades.


E é justamente pelo desemprego que as cooperativas começam a sua jornada de transformação social. Gerar empregos para a mão de obra das comunidades onde elas se inserem é o primeiro e principal passo para promover a dignidade humana e melhorar a situação coletiva de toda uma localidade.


O cooperativismo de crédito como meio de transformação social


Além da oferta de emprego, que insere dezenas, centenas e milhares de pessoas dentro do mercado de trabalho e do mercado de consumo, outra forma utilizada pelas cooperativas para gerar transformação social e promover a melhora econômica das comunidades que a cerca é por meio do cooperativismo de crédito, que através de um sistema de colaboração mútua e redução de custos oferece aos seus associados condições justas para poderem melhorar de vida.


O oferecimento de crédito para grupos que muitas vezes estão fora do sistema formal de crédito é uma premissa que envolve o cooperativismo de crédito, que ainda proporciona através das sobras (que o modelo econômico tradicional entende como lucro) melhorias para os negócios da região em que ela atua.    


Desta forma as cooperativas investem em suas regiões por meio do fomento ao negócio e acabam fazendo parte de uma engrenagem econômica que promove a transformação social das comunidades.


Cooperativismo e a COVID-19


O cooperativismo teve um papel fundamental para o país nestes últimos anos, marcados principalmente pela pandemia da COVID 19. O cooperativismo solidário se apresentou como uma das principais estratégias de transformação social, muitas vezes substituindo a intervenção estatal.


A organização do trabalho tendo como pilares a autogestão, a cooperação e a solidariedade transformou a vida de milhares de pessoas durante a pandemia, desde catadoras de lixo no Rio de Janeiro, passando por pescadores na região Nordeste e agricultores no centro sul do Brasil. Todas estas transformações foram possíveis por causa do sentimento cooperativista instalado no país nestes últimos anos. 


O cooperativismo se mostrou, dessa forma, como uma das respostas para a transformação social desejada em cada uma destas regiões, mesmo em momentos de crises profundas, como a que o país vem passando desde meados de 2020. 


O cooperativismo solidário se mostrou também uma ferramenta capaz de contribuir para o não esfacelamento total dos índices de dignidade humana e ainda conseguiu ajudar comunidades a saírem do mapa da fome e da pobreza.


Como o cooperativismo promove transformação social? Veja exemplos


Até aqui colocamos o cooperativismo como uma das principais protagonistas da transformação social vividas por diversas comunidades Brasil afora. Falamos como as cooperativas geram empregos e renda para as pessoas da comunidades, como ela repassa as sobras para o aquecimento dos negócios locais e como o cooperativismo solidário é responsável por transformações sociais em milhares de comunidades brasileiras.


Porém basta um olhar em alguns dos princípios do cooperativismo, da sua organização e do formato de gestão das cooperativas, para entendermos de fato como o cooperativismo é um importante agente de transformação social nas regiões em que elas atuam.


Vejamos os motivos:

Solidariedade

Um dos principais valores atribuídos ao cooperativismo é do interesse pela comunidade, e por consequência, o da solidariedade. As cooperativas brasileiras possuem como princípio básico a ideia de ajudar e promover a transformação social por meio de ações voluntárias e atividades estratégicas. Para se ter uma ideia, de acordo com o Sistema OCP (Organização das

Cooperativas do Brasil), em 2018, mais de 2,2 milhões de pessoas foram beneficiadas com iniciativas transformadoras que ocorreram em 1.136 cidades de todo país. 


Podemos usar como exemplo o Dia C que acontece no mês de julho, em comemoração ao Dia internacional das cooperativas. 


O Dia de Cooperar exalta justamente este sétimo princípio que já falamos aqui, que é o interesse pela comunidade. As ações são sempre realizadas por centenas de cooperativas em todo o Brasil e buscam usar toda a força do movimento cooperativista para disseminar o bem e transformar a vida das pessoas. 

Ajuda mútua

O cooperativismo nasce da necessidade de pessoas com os mesmos interesses econômicos e sociais se ajudarem mutuamente, sem hierarquia, dentro de um sistema econômico igualitário, que busque a melhoria não somente dos seus cooperados, mas também de toda a comunidade pela qual ele faz parte.


Abrangendo esta ideia, podemos estender também para a ajuda mútua existente entre as cooperativas, que assim conseguem realizar mais e muito mais rápido. Isso porque, atuando em conjunto com cooperativas de outros segmentos, as chances de surgirem soluções criativas e benéficas aumentam de forma substancial.


O resultado deste sistema de parceria entre cooperativas é a melhora da qualidade de vida dentro destas regiões afetadas, além da transformação social que este modelo de ajuda mútua gera nas comunidades. 

Participação democrática dos cooperados

Falar em transformação social não é somente pensar em mudanças aparentes nas regiões afetadas pelas cooperativas. Podemos entender como transformação social tudo que é gerado a partir do sistema de participação democrática existente nas cooperativas.


É também por meio da participação ativa de todos os membros na tomada de decisão e na definição de políticas que mudanças sociais acontecem. Buscar objetivos em comum, e principalmente, objetivos que busquem o bem estar coletivo, é um dos pilares da transformação social gerada através do cooperativismo no Brasil.

Responsabilidade compartilhada

A definição de responsabilidade compartilhada nos remete diretamente ao coletivo dentro de uma cooperativa. Todo o ônus e o bônus gerado pelas ações estratégicas e pelas ações sociais são divididas igualmente entre todos os cooperados. 


Assim, é preciso que todos assumam a responsabilidade e contribuam para o crescimento do cooperativismo e para a transformação social que ele pode gerar nas regiões em que atuam.

Conclusão

O cooperativismo nasce tendo como um de seus principais objetivos a possibilidade de auxiliar processos de transformação social. Seus princípios contribuem para que cooperativas sejam hoje em dia uma das grandes ferramentas de ajuda e de melhora para pessoas e comunidades no Brasil.


O movimento cooperativista trabalha com sete grandes princípios, que juntos contribuem para que ainda haja grandes transformações por vir.


E você, conhecia o poder que o cooperativismo possui como ator no processo de transformação social? 

Leia mais conteúdos como este em nosso blog.


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Transformação social

18/08/2022

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