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Gestão

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5 Estratégias de Liderança para Gestores em Cooperativas

O sucesso de uma cooperativa depende fundamentalmente de um eficiente trabalho de gestão. Não que devamos ignorar outros fatores, mas a habilidade que gestores devem possuir para equilibrar os direitos e obrigações dos cooperados é primordial para que haja um trabalho profissional, capaz de concorrer em um mercado competitivo, mas mantendo o compromisso social que o cooperativismo defende desde o seu surgimento. Neste cenário, executar boas estratégias de liderança se torna o fio condutor para o seu crescimento contínuo.

Liderar bem se faz necessário por um motivo muito simples (e que torna o cooperativismo um modelo diferenciado dos demais): o gestor administra pensando sobretudo nas necessidades e demandas de seus cooperados, esses são os verdadeiros responsáveis por direcionar os trabalhos de uma cooperativa rumo ao sucesso.

E é pensando em aperfeiçoar o trabalho de gestores cooperativistas que vamos apresentar 5 estratégias de liderança que possuem potencial para otimizar toda cultura organizacional, melhorando também a relação estabelecida entre gestores e demais cooperados.

O papel do gestor em uma cooperativa


Precisamos, entretanto, entender mais profundamente qual o papel do gestor em uma cooperativa.

Sua função não pode ser comparada com a gestão de empresas, pois enquanto esta é direcionada a partir da obrigação de gerar lucro e se viabilizar financeiramente, a gestão cooperativista precisa encontrar o equilíbrio entre viabilidade econômica e respeito aos seus princípios, que são, dentre outros, o da gestão democrática, participação econômica dos membros e interesse pela comunidade.

Entender que o cooperativismo não é somente um modelo de negócio, mas uma filosofia de vida é parte do trabalho do gestor, que então deve se responsabilizar pela criação, planejamento e organização das ações administrativas que envolvem o dia a dia de uma cooperativa.

Tudo isso pensando sempre na equação que visa equilibrar seus compromissos econômicos com os sociais.

Para que o gestor conquiste este objetivo de forma bem-sucedida é necessário que algumas ações sejam bem executadas. É preciso que:

  • Estimule seus cooperados para que todos participem e promovam um ambiente que de fato seja democrático;

  • Consiga assegurar a sustentabilidade econômica da cooperativa;

  • Consiga, ao mesmo tempo, ter um olhar apurado sobre o mercado;

  • Consiga propor novos caminhos e rotas de crescimento, através de inovação e novas tecnologias.

Para Nidelson Falcão, diretor executivo da Federação das Cooperativa Agropecuárias de Leite de Minas Gerais “o gestor de cooperativas precisa estar disposto a escutar, a construir relações e compreender que a cooperativa é um instrumento de cunho social. Nesse sentido, ele precisa estar muito atento para ouvir os cooperados e entender as suas demandas”

5 Estratégias de Liderança para Gestores em Cooperativas


Ser gestor de cooperativa então se apresenta como um desafio muito peculiar, que vai demandar do profissional os conhecimentos técnicos sobre o gerenciamento de uma organização, mas também uma familiaridade com todos os princípios cooperativistas, que são a alma e o coração desta filosofia de vida.

Por isso é essencial desenvolver estratégias que promovam a ideia de uma liderança assertiva, empática, eficiente e inteligente.

Dentre estas estratégias podemos considerar estas abaixo como fundamentais:

Tenha como foco principal os valores cooperativistas



O gestor de uma cooperativa precisa entregar para seus cooperados tudo que se espera dele enquanto profissional responsável por um dos cargos mais importantes de uma organização.

Claro que você tem a obrigação de desenvolver um trabalho eficiente do ponto de vista técnico, administrativo e financeiro, mas se você não conseguir abraçar os princípios cooperativistas nas ações estratégicas da organização, de nada irá valer este trabalho.

Assim, uma gestão eficiente e bem-sucedida deve partir do respeito aos 7 princípios cooperativistas: adesão livre e voluntária; gestão democrática; participação econômica dos membros; autonomia e independência; educação, formação e informação; intercooperação e interesse pela comunidade.

Esta estratégia é eficiente porque garante que a organização não fuja de sua identidade consagrada pelos ideais cooperativistas. 

Porém, como o cenário não é tão simples, o maior desafio para o gestor é entender que os princípios cooperativistas precisam caminhar de forma harmônica com as estratégias de mercado.

Invista em autoliderança



É preciso ter bem claro que a gestão de uma empresa capitalista é voltada para os clientes, os produtos, os departamentos, e para a organização como um todo. Ou seja, é um trabalho executado de dentro para fora.

A gestão cooperativista parte de outra métrica: aqui o gestor de uma cooperativa está desenvolvendo a liderança de seu próprio negócio.

Assim, é muito importante que ele desenvolva habilidades de autoliderança, pois além de dirigir a cooperativa, ele irá se autodirigir.

Desta forma, como gestor, é preciso trabalhar bastante as habilidades que são essenciais para uma autoliderança eficiente.

Por isso, aprimore suas habilidades de comunicação, para que você não seja somente ouvido, mas sobretudo compreendido. 

Desenvolva bastante a capacidade de escuta ativa, ou seja, esteja completamente focado no que seus cooperados falam, compreenda as necessidades e os desejos deles através do exercício de uma escuta empática e atenciosa.

Busque exercitar o autoconhecimento, que é saber exatamente o rumo que a sua jornada como gestor impõe. 

Desenvolver o conhecimento de si impede, ou ao menos dificulta, que você se perca no caminho e acabe executando ações que não vão de encontro com os ideais cooperativistas.

Por fim, seja seu próprio agente motivador, pois é imprescindível para o cargo de gestor de uma cooperativa que se tenha uma motivação diferenciada para levar para frente uma organização tão peculiar quanto uma cooperativa.

Desenvolva uma visão sistêmica da cooperativa e do cooperativismo



O sucesso de qualquer organização depende também da capacidade que os gestores devem possuir para enxergar e entender situações em sua forma completa, tendo uma visão sistêmica. 

Esta habilidade permite que se execute sempre as ações mais adequadas para que a cooperativa tenha seus resultados tal como foi planejado.

Desenvolver visão sistêmica dentro de uma estrutura cooperativista é tarefa desafiadora, mas que todo gestor capacitado consegue alcançar.

Para isso, há uma necessidade de se alinhar os investimentos planejados com as necessidades de mercado, mas também com os compromissos sociais; é importante investir em inovação, mas que não se perca o foco da sustentabilidade; é preciso gerar engajamento de sua equipe, mas tendo em mente que a coletividade dentro de uma cooperativa é diferente de uma equipe de trabalho em uma empresa capitalista.

Ou seja, o gestor precisa colocar em prática esta estratégia de trabalhar ações a partir de uma visão panorâmica da cooperativa, equilibrando mais uma vez as demandas de mercado com as obrigações socioambientais que o cooperativismo abraça desde o seu surgimento séculos atrás.

Invista no desenvolvimento pessoal de seus cooperados



Sempre que há uma reflexão sobre o que será tendência para o mercado, seja o capitalista, seja o de um modelo de negócio como o cooperativismo, uma necessidade vem à tona e não por acaso: é preciso que gestores desenvolvam um trabalho estratégico e eficiente com a sua equipe de trabalho.

Criar um ambiente harmônico, de inclusão e pertencimento é um dos maiores desafios para gestores cooperativistas, pois de nada vai adiantar um trabalho técnico eficiente se a sua equipe, formada por cooperados e cooperadores, não ter o senso de pertencimento bem desenvolvido.

É elemento chave para a liderança cooperativista criar essa atmosfera onde cada cooperado se sente parte real de uma mudança de paradigma, onde cada um deles se sente dono de uma organização que prega uma filosofia de vida distinta das demais e que traz como um dos grandes objetivos melhorar o mundo e a sociedade.

Para isso, o gestor precisa exercitar diariamente a capacidade de ouvir, ser empático e ter sensibilidade quanto as demandas de seus cooperados, ajudando-os no desenvolvimento pessoal de cada um deles, pois o investimento feito no cooperado retorna automaticamente para a cooperativa.

Neste cenário é preciso planejar ações contínuas de capacitação, treinamento e aquisição de conhecimento, além de investir em abordagens personalizadas, que visam atender cada demanda individual.

Exercite a habilidade de se adequar à novas tecnologias e às mudanças sociais e econômicas  



Já vimos que a equação que resulta em uma gestão cooperativista de sucesso não é tão simples e envolve diversos fatores. A liderança com foco no cooperativismo precisa sempre lidar com o equilíbrio entre mercado e compromisso social.

Neste cenário o gestor deve sempre preconizar estratégias de gerenciamento baseadas no conceito de flexibilidade e adequação contínua.

Isso porque vivemos em um momento da história onde as mudanças sociais, econômicas e tecnológicas acontecem quase que diariamente.

Assim é necessário que o gestor crie condições e habilidades pessoais que o deixe preparado para tais mudanças.

Uma cooperativa deve competir no mercado em pé de igualdade com qualquer outra empresa, e para isso o gestor precisa considerar a importância que novas tecnologias e ferramentas inovadoras possuem no nosso atual contexto.

O gestor deve estar atento a cada novidade tecnológica, pois cada uma delas tem o poder de aperfeiçoar o trabalho dos cooperados e criar um ambiente mais produtivo, e com o trabalho sendo otimizado.

O gestor também deve investir no conhecimento que ele possui do mundo, da sociedade e da economia, pois estes aspectos são essenciais para o sucesso ou o fracasso de qualquer organização.

Entender as mudanças sociais, ambientais e de comportamento é mais uma estratégia que gestores devem ter em mente para desenvolver um trabalho eficiente dentro de uma cooperativa.

Conclusão 

A gestão cooperativista se apresenta como um desafio que somente profissionais capacitados e interessados podem vencer.

Equilibrar todos os elementos estratégicos comerciais com os compromissos socioambientais abraçados pelos ideais cooperativistas é uma tarefa difícil, porém muito recompensadora.

Para isso, vimos que algumas estratégias de gestão se tornam necessárias, e se forem colocadas em práticas certamente irão auxiliar para que a cooperativa consiga crescer economicamente e se desenvolver enquanto mola precursora de uma mudança social definitiva.

Gostou do conteúdo? Continuem conosco, temos muitos outros artigos sobre cooperativismo.

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estratégias de liderança

22/05/2024

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