O cooperativismo tem construído ao longo de sua história uma jornada de evolução, sempre com novos objetivos para serem alcançados. Quando refletimos sobre o atual momento deste movimento socioeconômico, observamos que engajar os cooperados e associados tem sido um dos grandes desafios. Captar novos membros e inspirar os já existentes em prol de um projeto sustentável requer o uso de estratégias inteligentes, eficientes e inovadoras.

No conteúdo de hoje vamos conversar sobre a relação estabelecida entre cooperativa, cooperado e associado, e como essa união precisa ser continuamente trabalhada, para criar e consolidar o sentimento de orgulho e pertencimento.

Vamos conhecer técnicas e estratégias de engajamento eficazes para potencializar esses sentimentos e auxiliar na construção de uma comunidade cooperativista sustentável, forte e competitiva economicamente.

Boa leitura.

Planejar estratégias requer o entendimento das funções do cooperado

Parece básico, mas o fato é que tudo se inicia com o entendimento claro do conjunto de diferentes papeis que o cooperado e o associado têm dentro de uma cooperativa.

O primeiro papel que eles exercem é o de donos e, enquanto donos, eles têm compromissos, direitos e deveres com a governança cooperativista. Eles participam das assembleias gerais e recebem, junto com todos os outros, parte das sobras geradas.

O desejo aqui é que haja uma administração transparente e eficiente, que reflita em benefícios individuais e coletivos, como uma distribuição de sobras que permita a melhoria da vida deles e de todos. 

O segundo papel que eles exercem é o de cliente, quando eles praticam o relacionamento comercial com a cooperativa e, nesse caso, o seu maior interesse é, por exemplo, no custo abaixo da média dos insumos, dos produtos comprados, dos serviços consumidos, no crédito facilitado ou na logística mais eficiente para alguma necessidade sua.

O terceiro papel é o de fornecedores de produtos ou serviços e, nesse caso, o seu maior desejo é ter um ótimo preço para o seu produto, produção ou serviço prestado. 

Para que haja um trabalho eficiente de engajamento dentro de uma cooperativa é muito importante que exista esse entendimento de conceitos, e principalmente, um equilíbrio entre esses diversos desejos e anseios dos cooperados e associados

Uma boa opção é participar de cursos de formação no universo das cooperativas ou palestras mais aprofundadas sobre o movimento cooperativista como um todo. 

A Coonect.se oferece soluções que contemplam os mais diferentes perfis de cooperados e associados.

Criando a cultura do engajamento

Todas as estratégias que apresentaremos a seguir são consequências desta primeira, que é maior e mais ampla.

Estamos falando da criação de uma cultura que possibilite o engajamento e que nasce a partir de cultura organizacional bem planejada.

Nesta estratégia é preciso um trabalho informativo muito eficiente, que abranja o perfil de todos os cooperados e associados, seus desejos, hábitos, crenças, atitudes, comportamentos. 

É necessário envolver toda a administração da cooperativa para este trabalho, que é diário, e que envolve também os anseios e desejos dos familiares dos cooperados  e associados e de toda a comunidade afetada.

Os valores e missão cooperativistas devem ser resultados da união de todas estas informações, e por isso não é possível criar estratégias de engajamento sem conhecer os cooperados, associados e a comunidade, que juntos dão vida à cooperativa. 

Investindo em desenvolvimento profissional dos cooperados e associados

Uma das chaves para se conseguir o engajamento dos cooperados e associados é investir no quinto princípio cooperativista, que preza pela educação, pela formação e pela informação.

Essa estratégia envolve o investimento em programas de treinamentos personalizados, que atendam demandas e necessidades específicas de cada um.

Envolve também o investimento em cursos de pós-graduação e de capacitação, além de colocar em prática a ideia de aprendizado contínuo, que faz com que todos os cooperados e associados nunca se fechem para a possibilidade de adquirir novos conhecimentos.

Um cooperado e um associado que se sentem constantemente incitados a aprender certamente desenvolverão uma relação de engajamento muito maior e mais fiel com a cooperativa. 

Investindo em programas de bem-estar dos cooperados, associados e das comunidades

Pensando no estágio atual da sociedade, vivemos um momento em que o bem-estar e a saúde mental das pessoas estão no topo de importância.

Problemas como ambientes de trabalho tóxicos, ou índices altos de estresse nas pessoas têm ganhado destaque e prejudicado esta relação de engajamento entre pessoa e organização.

A cooperativa, como modelo econômico-social diferenciado, precisa adotar estratégias que valorizem sempre o bem-estar, a saúde e o bom ambiente de trabalho para seus cooperados e associados.

Assim, é preciso adotar programas de valorização e promoção dos cooperados e associados, criar também uma comunicação clara, eficiente, que não gere ruídos e que por consequência não prejudique o ambiente de trabalho, e adotar ações que melhorem o bem-estar de todos, ajudando na construção de uma comunidade engajada.

O feedback e a escuta ativa como estratégia de engajamento

Umas das principais reflexões que o cooperativismo tem como obrigação realizar diz respeito às ações necessárias para se construir uma comunidade forte, inovadora, sustentável e que se desenvolva a partir de ideias como respeito ao meio ambiente, por exemplo.

A resposta passa por uma estratégia de gestão muito eficiente, que envolve o exercício das práticas do feedback e da escuta ativa.

A cultura do feedback aumenta a confiança de todos os cooperados, associados e uns nos outros, ajudando no alinhamento de objetivos que sejam comuns a todos. Ela também motiva, engaja e cria uma relação muito mais sólida entre cooperativa, cooperados e associados.

Junto ao feedback, outro conceito primordial para a melhora da cultura organizacional de uma cooperativa é o exercício da escuta ativa.

A escuta ativa, quando instigada e promovida, cria uma relação maior de colaboração e engajamento entre os cooperados e associados, ajudando, sobretudo, na resolução de problemas e conflitos, e na produção de ideias.

Conclusão 

Estabelecer uma relação sólida entre cooperativa, cooperado e associado é um desafio que temos pela frente. 

Esta relação será cada vez mais consolidada à medida que estratégias que busquem incentivar o engajamento dos cooperados e associados sejam colocadas em prática.

Essas estratégias precisam focar em duas perspectivas essenciais para o crescimento do cooperativismo: o bem-estar dos cooperados e associados individualmente e o crescimento contínuo da qualidade de vida das comunidades que os cercam.

Esta união entre o individual e o coletivo faz do cooperativismo o modelo de negócio mais sustentável, humano e benéfico que existe.  Concorda?

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