Um dos movimentos sociais e econômicos mais importantes surgidos na história, o cooperativismo nasceu na Inglaterra, mas logo se espalhou pelo mundo, transformando a vida de pessoas, comunidades e cidades, através de uma lógica que unia interesses em comum dos cooperados e tendo em mente uma nova visão de mundo, onde o lucro não é mais uma finalidade.   

Neste artigo vamos entender tudo sobre o que é cooperativismo, desde o seu conceito até as vantagens que o cooperativismo oferece aos seus membros e ao sistema financeiro e social das comunidades, cidades e países.

Vamos também conhecer a história do cooperativismo no mundo e no Brasil, além de entender quais os princípios que rege uma cooperativa.

O que é cooperativismo?

Numa definição mais simples e direta sobre o que é cooperativismo, podemos entender como a união colaborativa de pessoas com interesses em comum. 

Podemos aprofundar mais seu conceito e definir o cooperativismo como um movimento econômico e social que propicia um sistema coletivo de gerenciamento de um negócio, onde cada trabalhador membro da cooperativa é também dono do negócio.

Essa junção permite que haja tanto crescimento econômico, pessoal e coletivo, quanto crescimento social numa comunidade, ou cidade, por exemplo.

Como o cooperativismo proporciona evolução social e econômica?

O cooperativismo preza pelo crescimento igualitário de seus membros, gerando prosperidade para todos os cooperados, proporcionando assim uma alternativa ao sistema capitalista que tem como finalidade o lucro acima de tudo.

O sistema de cooperativa ajuda assim a transformar o mundo em um lugar mais justo, incentivando a colaboração mútua entre trabalhadores como saída para o crescimento sustentável do mundo. 

Isso acontece quando trabalhadores se reúnem coletivamente em prol de melhores condições de negociação, de compra e venda de produtos. Sozinhos, trabalhadores e seus pequenos negócios possuem dificuldades para comprar insumos, vender seus produtos, investir em tecnologia e em melhorias, e em crescer no mercado. 

Quando se juntam com outros trabalhadores na mesma situação, esse poder de negociação cresce exponencialmente, gerando mais condições de desenvolvimento, de negociação, de compra e venda, e de investimentos. 

É o cooperativismo que permite que essa cadeia de novas possibilidades aconteça.

Uma breve história do cooperativismo

Vamos voltar no tempo, mais precisamente para 1844, na Inglaterra. Foi lá que 28 artesãos que trabalhavam na indústria de algodão resolveram se juntar e montar um armazém, para encontrar melhores condições de negociação e assim baratear a compra de alimentos necessários para a sobrevivência de cada um destes membros.

A ideia foi bem sucedida, e os preços baratearam por conta do maior poder de negociação que o negócio possuía. Como efeito, o capital social da cooperativa cresceu muito nos anos seguintes, gerando melhores condições de vida para cada um daqueles membros que acreditaram e montaram a primeira cooperativa da história moderna.

O cooperativismo no Brasil

O início do cooperativismo no Brasil é datado de 1889, e tem como protagonista o setor agropecuário, com a criação da Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, que era voltada para o consumo de produção agrícola.

Nos anos seguintes foram criadas as cooperativas de crédito e muitas outras. 

Foram necessárias, no entanto, mais de seis décadas para que o movimento cooperativista de fato ganhasse força e representatividade no Brasil, com a criação em 1969 da OCB, a Organização das Cooperativas Brasileiras. Ela nasce com o propósito de defender e promover este modelo de gestão no país.

Os princípios do cooperativismo

Agora detalhamos o que é cooperativismo, e sua história, neste tópico você vai conhecer um pouco mais sobre os princípios que moldam o cooperativismo.

Desde a criação da primeira cooperativa, aquela que nasceu na Inglaterra, que os princípios que norteiam a atividade cooperativista são divulgados e reforçados. 

Em resumo, são esses os princípios que caracterizam o cooperativismo:

Adesão voluntária e livre: esse primeiro princípio garante que qualquer pessoa possa ser membro de uma cooperativa, desde que ela faça a adesão de forma voluntária e livre.

Gestão democrática: conceitos como o de colaboração e gerenciamento coletivo reforçam desde sempre o caráter democrático de uma cooperativa. 

Participação econômica: já entendemos que o sistema cooperativista é uma alternativa ao sistema capitalista que tem como fim máximo a obtenção do lucro. 

Autonomia e independência: o cooperativismo não existe somente dentro de sua bolha, ele está inserido na sociedade e por isso suas atividades podem ser realizadas através de parcerias com organizações públicas e privadas. 

Educação, formação e informação: O seu caráter formador e educador é uma das características mais importantes do cooperativismo. 

Intercooperação: As cooperativas trabalham juntas, se complementam e fortalecem o movimento como um todo, essa junção entre cooperativas é conhecida como intercooperação.

Interesse pela comunidade: tão estratégico quanto todos os outros princípios, este aqui preza pela necessidade de uma cooperativa intervir, ajudar e auxiliar o crescimento e o desenvolvimento sustentável das comunidades nas quais ela está inserida. 

Veja o artigo completo que escrevemos sobre os princípios do cooperativismo, nele detalhamos cada um desse pilares tão presentes neste modelo de negócio.

As vantagens do cooperativismo

Podemos destacar algumas vantagens que o cooperativismo oferece aos seus cooperados e à sociedade como um todo.

Participação direta nos resultados

O mundo capitalista é regido por uma lógica desigual e injusta, onde a mão de obra muitas das vezes não participa da divisão dos resultados da empresa, e quando participa, é de forma muito reduzida, quase invisível. 

O cooperativismo prega que os cooperados participem diretamente da distribuição das chamadas sobras, ou seja, o que a cooperativa ganhar a mais. 

Assim, cada cooperado participa desta divisão do bolo de forma igual e justa, gerando uma sensação de justiça social. É de se destacar, entretanto, que da mesma maneira que os cooperados têm participação direta nas sobras, eles também têm participação direta nos prejuízos, caso haja.

Acesso facilitado a crédito e a bens de consumo

Uma das vantagens que uma cooperativa oferece é a possibilidade de se conseguir crédito de forma mais fácil, com termos mais justos e numa rapidez muito maior, se comparado com um trabalhador solitário ou com uma pequena empresa. 

Ter acesso a crédito com taxas menores e condições mais favoráveis permite que cooperativas consigam realizar investimentos e assim crescer.  

Ter voz ativa no negócio

Deve ser frustrante trabalhar em uma empresa e não ter direito a voz e não conseguir expor nenhuma das suas opiniões sobre o rumo do negócio. Numa cooperativa, todos os membros podem e devem ter voz ativa, é um dos fatores que garantem que uma cooperativa possa ser chamada assim.

Sensação de pertencimento

Numa cooperativa o cooperado não é um trabalhador, e nem um cliente, mas sim seu dono. A cooperativa também lhe pertence e essa sensação de pertencimento garante motivação diária para que todos busquem o crescimento da cooperativa.

Acesso facilitado à tecnologia

Uma das grandes vantagens que uma cooperativa oferece é a facilidade em conseguir meios de se investir em tecnologia, que é uma das bases para o crescimento de qualquer negócio atualmente no mundo. Ter condições facilitadas de investir em tecnologia garante que uma cooperativa consiga se desenvolver a partir dos seus princípios.

Conclusão

Desde 1844, quando surgiu a primeira cooperativa baseada nos princípios que até hoje norteiam, que o cooperativismo se coloca como um motor que faz o mundo girar e evoluir.

O cooperativismo é mais que uma nova forma de se desenvolver a economia, ele é um modelo de mundo mais justo, saudável e que preza acima de tudo o crescimento sustentável e igual de seus membros e de suas comunidades.

O cooperativismo foi uma ideia que deu certo, desde a sua criação, até os dias atuais, ela continua sendo referência para o que chamamos de economia solidária, termo que vai ganhar cada vez mais importância no mundo.

E você, conhecia o cooperativismo?  

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