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Gestão Democrática e Participativa em uma Cooperativa

Um dos princípios do cooperativismo prega que toda cooperativa deve ser gerida de forma democrática e participativa. Mas o que isso significa na prática?


Neste artigo vamos entender o significado deste princípio criado junto com o nascimento do cooperativismo, em plena Revolução Industrial, na Inglaterra. 


Vamos conhecer também todas as vantagens que uma cooperativa possui ao pregar a gestão democrática e participativa para seus membros.


Cooperativismo


O cooperativismo é um movimento social e econômico que nasceu na Inglaterra quando 28 operários com dificuldades em comprar alimentos decidiram se juntar para conseguir negociar melhor com esses fornecedores e ajudar todos mutuamente.


O cooperativismo então é um novo modelo de negócio que prega ajuda mútua em benefício de todos que se juntam com ideias em comum. O fim último de uma cooperativa é gerar bem estar e promover uma reforma social, e não lucrar, tal como uma empresa capitalista.


2º princípio: Gestão Democrática e Participativa em uma Cooperativa


"As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática".


Antes de nos aprofundarmos no tema, é preciso entender que quando uma pessoa se associa a uma cooperativa e vira um cooperado, ela passa a ter uma função tripartite no negócio. Isso porque ela se transforma em cliente, dona e fornecedora da cooperativa.


E isso faz toda a diferença na promoção de uma gestão democrática e participativa, pois todos os cooperados são elementos importantes para o desenvolvimento saudável de uma cooperativa, independente de seu setor.


Mas como a gestão democrática é colocada em prática dentro do cooperativismo? Veremos a seguir.


Cada cooperado tem direito a um voto 


Um dos principais elementos de uma democracia moderna é o direito ao voto, e principalmente, a igualdade de condições que cada pessoa possui ao votar. No cooperativismo, cada cooperado tem direito a um voto, e eles são de muita importância nas deliberações que acontecem, sobretudo, nas Assembleias Gerais.


Nas assembleias que a cooperativa define seus principais objetivos e metas, além de definir estatuto, regimento, estrutura administrativa e financeira, dentre outros trabalhos. E nas assembleias cada cooperado tem o direito, e o dever, de participar e de votar, pois como grandes interessados no crescimento do negócio, eles tendem a zelar pelo bem estar da cooperativa.


Assim o voto igualitário reafirma a ideia de gestão democrática em uma cooperativa. Mas não é só.

O cooperado pode também ser votado

O cooperativismo prega que numa gestão democrática e participativa os cooperados não somente tenham direito a voto, mas também tenham o direito de serem votados. Como assim? Nas assembleias, além das deliberações que já listamos aqui, podem acontecer eleições para cargos fiscais, administrativos, dentre outros. E todos os cooperados podem se candidatar aos cargos abertos.


Assim, toda a parte administrativa e fiscal tende a ser preenchida por membros que fazem parte da cooperativa, que são eleitos democraticamente e que exercem seu trabalho de forma transparente, gerando mais confiança aos membros da cooperativa.

Decisão final sempre dos cooperados

Podemos perceber que numa cooperativa a decisão final sobre temas como escolha de diretoria, objetivos a curto e médio prazo, e mudanças estatutárias recai sobre todos os cooperados, que tem o poder final de deliberação.


Esse é um dos diferenciais do cooperativismo quando comparamos com empresas capitalistas. 


Gestão democrática e participativa promove transparência


É inegável que ao construir uma estrutura de negócio com dirigentes eleitos de forma democrática e com o mesmo objetivo, a cooperativa acaba criando a base para uma gestão não somente democrática e participativa, mas também transparente.


A transparência é um dos fundamentos de qualquer estrutura democrática e numa cooperativa isso acontece ao permitir que todo cooperado possa fiscalizar, solicitar esclarecimentos e principalmente, opinar e votar sobre todos os temas relevantes para o dia a dia do negócio.


A gestão democrática na distribuição dos resultados


Um dos pilares da gestão democrática e participativa numa cooperativa é a distribuição feita de forma igualitária e proporcional feita ao fim de cada ciclo, quando são distribuídas as sobras (os chamados lucros capitalistas). 


Essa também pode ser considerada uma das bases democráticas, a divisão justa e igual dos resultados, sejam positivos, sejam negativos, gerados pela cooperativa em um período específico.


Gestão democrática e participativa nas assembleias


É nas assembleias que o conceito de gestão democrática e participativa é levado ao máximo de seu significado, pois nestes eventos os cooperados de fato deliberam sobre todas as questões relevantes para a cooperativa.


A Assembleia Geral Ordinária (AGO) pode inclusive ser considerada o ponto máximo dentro deste conceito de gestão participativa e democrática.


Durante essas assembleias são examinadas as demonstrações financeiras da cooperativa, acontece também a deliberação sobre a destinação das sobras do exercício e também pode ocorrer a eleição de membros dos Conselhos Administrativo e Fiscal.


Ou seja, além de promover assembleias gerais com direito a voto de cada cooperado, as cooperativas criam uma estrutura formada por conselhos fiscais e administrativos, que devem promover sempre uma gestão transparente e confiável para todos os seus membros.


Gestão democrática e participativa e o investimento em educação e informação


Os princípios do cooperativismo foram construídos para se complementarem, essa é uma verdade.


Quando pensamos numa gestão democrática e participativa logo pensamos na necessidade de se investir em educação, formação e informação de seus associados. Cooperados bem informados conseguem exercer de forma mais completa a função de fiscal e segurança dos ideais cooperativistas.


Assim, além de promover a formação e a educação de seus cooperados, cabe à cooperativa também fornecer todos os livros e documentos para qualquer membro que solicitar, seja para se informar, seja para esclarecer ou tirar alguma dúvida existente.


O desenvolvimento da educação cooperativista deve ser visto como um elemento de integração dos cooperados e o seu envolvimento com a cooperativa. Estimular a participação e cooperação através da educação deve ser uma prática desejada e um investimento necessário para que o cooperativismo consiga promover de fato uma gestão participativa.


 E a gestão participativa dentro de uma cooperativa é um dos pilares da boa governança, do desenvolvimento sustentável e saudável e de uma gestão transparente.


Direito de opinião como base para uma gestão participativa


É impossível que qualquer estrutura seja considerada democrática e participativa e não dê voz para os seus associados, membros ou colaboradores. Dentro de uma cooperativa, o direito à opinião é sagrado e deve ser colocado em prática em todos os eventos promovidos.


Cada cooperado tem o direito de opinar, questionar, pedir esclarecimentos e ao fim estarem bem informados sobre o desenvolvimento do negócio em todas as esferas.


Assim, o direito à voz é um dos pilares da democracia cooperativista, e cada gestão deve promover e incentivar espaços adequados para que os cooperados possam sempre se expressar.


Os benefícios de uma gestão democrática e participativa numa cooperativa


Já vimos algumas vantagens que a gestão democrática e participativa possibilita para os membros e para a sua estrutura de negócio.


  • Estrutura transparente;

  • Gera maior confiança de todos os membros;

  • Perdas e sobras são sempre rateadas de forma justa e proporcional;

  • Escolha de dirigentes com base em eleições diretas e igualitárias;

  • Mecanismos de fiscalização eficientes;

  • Direito a voto de cada cooperado;

  • Possibilidade de cada cooperado ser votado para cargos administrativos e fiscais;

  • Decisões importantes feitas sempre com acordo coletivo;

  • Estratégias decididas de forma coletiva e transparente;

  • Gestão responsável e passível de fiscalização contínua.


Conclusão

Vimos aqui como o princípio da gestão democrática acontece na prática dentro de uma cooperativa. 


E vimos que a democracia no cooperativismo é muito mais que a ideia de que cada cooperado tem direito a um voto. O investimento em educação e informação andam junto com a gestão democrática e participativa e devem ser promovidos sempre.


E você, conhecia esse princípio do cooperativismo?    


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Gestão Democrática e Participativa em uma Cooperativa

01/11/2022

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