A educação corporativa tem um papel de alta relevância para as organizações, tanto no sentido da transformação do conhecimento em desenvolvimento de competências, quanto no desenvolvimento dos seus stakeholders.

Pensando de maneira concisa, podemos traduzi-la como a integração, ou mesmo o bioma entre 'empresa-escola-aprendizagem'. Indo um pouco além, a educação corporativa consiste em um processo estruturado de Lifelong learning, o qual ocorre alinhado com as estratégias e competências do negócio, independentemente da existência, ou não, de instalações físicas. Muitas, inclusive, são literalmente virtuais. 

Os maiores objetivos da educação corporativa são: desenvolver as competências essenciais para o negócio, estimular o autodesenvolvimento dos envolvidos no negócio, fortalecer o sentimento de cidadania corporativa, estreitar a teoria/prática no processo de capacitação e garantir vantagem competitiva ao negócio. 

A educação corporativa contribui para a cadeia de valor do negócio a partir da sua atuação com foco na identidade cultural, na gestão por competências e do conhecimento, na inovação e por último, na mensuração dos resultados para o negócio, a partir das suas ações de capacitação e desenvolvimento de pessoas. Este conjunto de ações, certamente, se trata de um imenso diferencial entre organizações, tornando-as mais ou menos competitivas a partir do investimento em seus talentos. 

Algumas organizações incorporaram as práticas da educação corporativa, integralmente, em suas rotinas, enquanto outras ficaram ainda mais distantes dela. Isto se deu por várias razões: pelo desconhecimento técnico dos princípios e práticas da educação corporativa, pela falta de aprofundamento, disputas políticas, falta de apoio da direção e utilização simplória do título de educação corporativa. Muitas delas eram somente áreas de treinamento maquiadas com títulos de universidade ou educação corporativa.

Importante ressaltar, que muitas empresas são detentoras de um modelo de educação corporativa, porém, sem denominação alguma, normalmente as empresas decidem por isto, entendendo que o importante não é o título, mas o desenvolvimento de uma cultura voltada ao Lifelong learning, aliás, diga-se de passagem, uma decisão bastante assertiva. Enquanto outras optam por utilizar títulos distintos, tais como: academia, escola, instituto, universidade e outros. 

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As atribuições da área de treinamento e da educação corporativa são completamente díspares, ambas têm atuações e objetivos distintos em seus processos e operação. Logo, jamais, podemos chamar uma área de treinamento, de educação corporativa, pelas seguintes razões descritas no quadro abaixo: 

Alguns elementos são indispensáveis para a implantação da educação corporativa em uma organização, se fazendo necessários a existência de: conhecimento técnico e experiência; profissionais envolvidos preparados e abertos ao aprendizado de um novo modelo de educação; ter ou pelo menos, estar iniciando o desenho das diretrizes estratégicas; atuação e estabelecimento de parcerias interna e externa; trabalhar o tripé de sustentação estratégica da educação corporativa, ter domínio sobre a gestão por competências para garantir as etapas do mapeamento das competências de modo fidedigno; e de modo essencial o envolvimento da cúpula, indispensável, para o sucesso da implantação da educação corporativa. 

Quando nos referimos a educação corporativa sugere-se que a diretoria compreenda que ela está intimamente ligada a maiores ganhos para o seu negócio. Que ganhos são estes? 

1. redução nos investimentos em treinamentos substituindo-os por alocação em unidades de negócios;

2. redução dos custos com espaços físicos;

3. desenvolvimento de competências organizacionais e funcionais;

4. utilização da educação corporativa como ponte para a transformação da organização em uma learning organization;

5. garantia de vantagem competitiva, no mercado, pelo estímulo a inovação e criatividade;

6. aproximação permanente dos stakeholders (fornecedores, clientes, colaboradores, dentre outros) para ampliação dos negócios, trocas de experiências, dentre outras;

7. desenvolvimento das lideranças;

8. fortalecimento dos valores e da cultura organizacional;

9. ampliação da comunicação e interação dos stakeholders;

10. garantia da sustentabilidade do negócio em um mercado tão volátil.

Podemos afirmar, que a educação corporativa contribui, efetivamente, para a transformação das empresas, onde é possível visualizar e mensurar o antes e depois da sua implantação. 

O aprendizado propiciado, ou mediado, pela educação corporativa se torna eficaz na medida em que há um estreitamento entre os conhecimentos teóricos e a prática. É preciso estimular os aprendizes, por meio de diversas metodologias, para o desenvolvimento de competências especificas.

O princípio da competência é de que o conhecimento é um dos atributos do CHA (conhecimento, habilidade e atitude), ou melhor da competência em si. Ou seja, o conhecimento por si só não desenvolve competência, e é justamente por isto, que o treinamento tradicional não agrega valor aos resultados por ser bastante conteudista. Para a integração do aprendizado ao desenvolvimento da competência é vital que haja o processo da experimentação e reforço, até chegar ao nível da incorporação da competência.

Fica claro, então, que é impossível ponderar sobre a educação corporativa sem atrelá-la intimamente aos ganhos para o negócio e, também, sobre a necessidade emergente, da implantação do modelo de gestão do Lifelong learning por meio da educação corporativa em seu negócio. Reforçando que, independentemente de títulos, se formal ou informal, mas obrigatoriamente estruturada, o que importa é que a educação corporativa possa garantir: o fortalecimento da cultura organizacional, o atendimento aos seus objetivos, princípios e componentes. Tudo isto, considerando o essencial, que é o alinhamento às diretrizes estratégicas, a fim de cumprir seu papel social e empresarial.