É complexo falar sobre o futuro do trabalho, quando seu embrião já se faz presente no mundo e em nossa sociedade atual. Para facilitar a nossa compreensão, precisamos trazer à tona três grandes movimentos que contribuíram, de forma significativa e determinante, para tal. São eles: a globalização, a tecnologia e a pandemia.

Globalização

Trata-se de um fenômeno de caráter mundial, responsável por uma revolução econômica no universo empresarial e laboral. Ela proporcionou uma integração entre países e pessoas no mundo, transpondo as barreiras impostas pelas distâncias geográficas entre países.

Inicialmente, ela gerou muito desconforto, muitas empresas e profissionais tiveram que se reinventar, revendo seus produtos e serviços, pois estes foram deixando de apresentar valor agregado aos seus clientes. Afinal, a concorrência deixou de ser local, e sim, global.

A partir dos avanços da internet, de outros meios de comunicação, dos transportes e de novas políticas e diretrizes socioeconômicas, se deu o aumento da interligação social, cultural, econômica e política em âmbito global, fato que aconteceu e ainda acontece no mundo. A globalização foi, sem dúvidas, um grande marco no mundo dos negócios e do trabalho.

Tecnologia

Grande parte das mudanças no mundo do trabalho se originou e, se originarão, a partir da tecnologia. Até a Revolução Industrial 3.0, a evolução tecnológica era mais focada no campo da eletrônica, em sistemas tecnológicos e automatizados. Porém, na Revolução 4.0, a tecnologia teve um crescimento exponencial, a partir da IA (inteligência artificial), da IOT (internet das coisas) e da robotização.

Não ao acaso, o surgimento dos smartphones, entre outros equipamentos, deu ênfase à outras necessidades oriundas da interação e do envolvimento de pessoas, empresas e clientes, com a tecnologia. Sempre na busca por maiores benefícios, a tecnologia avançou de uma maneira tão absoluta, que praticamente se transformou no fio condutor para grande parte de novos empregos, ocupações e, diga-se de passagem, em todas as áreas de conhecimento.

Assim, o caminho na procura de novos campos de trabalho está e estará cada vez mais, intimamente, atrelado ao desenvolvimento de novas tecnologias, garantindo o atendimento às necessidades globais de agilidade, praticidade, otimização de processos, redução de custos e incremento da produtividade.

Dito isto, começamos a entender que se trata de um cenário sem fim, a tecnologia ao dispor dos interesses de todos e todos demandando mais e mais tecnologia aplicada aos seus processos e a própria vida pessoal no dia a dia.

Pandemia

Toda pandemia representa um caos, sempre destruidor, mas também um excelente cenário para ressignificar, quebrar paradigmas, repensar o propósito da vida, rever os valores humanos e, para se apreender novas formas de trabalhar e viver. A pandemia tem efeitos absurdamente dolorosos e incômodos para a sociedade, mas como tudo na vida, existe o lado bom e o ruim.

Os efeitos da pandemia, ainda latentes, tem nos mostrado que muitas empresas e profissionais se encontram um tanto quanto atordoados, enquanto outros já direcionados, encontraram saídas e soluções para demandas tão urgentes em nível de negócios e de reposicionamento de carreiras.

Portanto, é vital, por questões de sobrevivência e de sustentabilidade, que empresas e profissionais entendam que as mudanças no mundo do trabalho são prementes, e muitas delas já aconteceram, estão acontecendo e acontecerão cada vez de maneira mais ágil.

A pandemia trouxe para o mundo do trabalho e das empresas a urgência na eliminação de práticas ultrapassadas, da virada de chave na gestão, para um modelo com foco em pessoas, e a mudança do mindset fixo, para o de aprendizagem.

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O novo papel dos RH's no Futuro do Trabalho

Frente a magnitude, imperativa, de mudanças e o dito 'novo normal' precisamos identificar em que nível nos encontramos. Para isto, temos que realizar algumas reflexões, no tocante a própria carreira e, especialmente, no que se refere à reinvenção de empresas e dos seus RH's, assim como buscar alternativas e soluções, mais criativas e inovadoras.

Neste contexto, inserimos o grande papel dos RH's e das lideranças, muitas vezes pressionados e sendo requisitados por soluções que eles mesmos, ainda não sabem o que, nem o como fazer.

Os desafios da área de gestão de pessoas são gigantescos, e estes, também passam pela grande modificação que se espera e que somente será atingida pela mudança de mindset.

Alguns conseguirão evoluir sozinhos, enquanto outros não, precisarão de mentores, coaches, consultores, ou até mesmo de outro tipo de apoio e suporte, como é o caso de pessoas que tiveram grandes perdas, seja na renda, ou mesmo aquelas que vivem um processo de grande luto.

Expectativas do 'novo normal' com relação aos RH's?

 O RH (Recursos Humanos) ocupa um papel essencial na condução de mudanças nas empresas, e nele são depositadas muitas expectativas e demandas, por parte de seus stakeholders (acionistas, clientes, direção, colaboradores, entre outros).

Diante deste cenário tão difícil, volátil e dinâmico, o RH precisa assumir o protagonismo e ser dotado das seguintes competências: resiliência, flexibilidade e adaptação aos novos contextos e realidades. Concomitantemente, existem outras demandas urgentes para que o RH possa exercer seu papel com precisão e relevância. A seguir, algumas destas demandas:

1. Ser estratégico, tecnológico e humano;

2. Fomentar um ambiente de confiança e transparência;

3. Fortalecer a cultura organizacional, com base no seu propósito, e valores compatíveis ao momento em que estamos inseridos e futuros;

4. Estabelecer a cultura da gestão de qualidade por meio de seus princípios e KPI's;

5. Garantir o processo diário de aprendizado. 'O aprender a aprender';

6. Antever, buscar e analisar as mudanças no mundo do trabalho para transformá-las em ação;

7. Transformar a educação corporativa em organizações de aprendizagem;

8. Promover a gestão do conhecimento;

9. Trazer a educação digital como prioridade na educação corporativa;

10. Entender, elaborar políticas e ações que propiciam o bem-estar, a saúde física e mental dos colaboradores;

11. Estimular as novas formas de trabalho híbrido, remoto, home office preparando as lideranças para uma liderança ágil, empática, remota e eficaz;

12. Enfatizar a comunicação empática e o uso da inteligência emocional;

13. Adequar os processos e políticas dos subsistemas de RH às novas realidades;

14. Desenvolver práticas de sensibilização no tocante a diversidade e inclusão, reforçando valores como a tolerância, amor ao próximo e civilidade;

15. Fortalecer o employer branding;

16. Incentivo à conectividade, a construção de relacionamentos e a humanização na organização;

    
    

    Conclusão

Embasados no decorrer dos acontecimentos e das transformações em nível global, ratificamos  a certeza sobre o quanto o RH precisa, verdadeiramente, ser e atuar como: agente de mudança, guardião e disseminador do propósito e dos valores organizacionais, atuar alinhado às diretrizes estratégicas do negócio, promover o desenvolvimento das competências essenciais do negócio, a fim de garantir um ambiente de trabalho produtivo, onde todos possam crescer muito, não somente, para os desafios deste 'novo normal', mas para garantir uma vantagem competitiva ao negócio, onde o orgulho e alegria das conquistas consigam inundar toda a empresa e seus stakeholders.