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Sustentabilidade econômica: Conheça Relação com o Cooperativismo

O cooperativismo desde o seu nascimento se apresenta como uma alternativa ao modelo capitalista, que sempre visou o lucro e sem o necessário compromisso social. Por isso, uma cooperativa só pode ser chamada assim se respeitar os sete princípios que a caracterizam, voltados para valores humanos, e ainda colocando em prática a ideia de sustentabilidade econômica, que precisa nortear o pensamento cooperativista.


Neste artigo vamos entender como o conceito de sustentabilidade econômica se relaciona com esse pensamento cooperativista, oferecendo uma base que garante o diferencial apresentado por cooperativas no mercado.


Você sabe o que é uma cooperativa?


Para entendermos o cooperativismo é necessário lembrar sua origem. 


Foi na Inglaterra, em plena Revolução Industrial, que 28 operários se reuniram na Sociedade dos Probos de Rochdale, a fim de cooperarem entre si para o benefício de todos. Essa iniciativa teve como objetivo baratear e viabilizar a compra de alimentos, dificultada naquele duro cenário capitalista que existia. 


Assim a cooperativa nasceu não para gerar lucro, mas para gerar melhoria de vida para todos os cooperados, que tinham necessidades e interesses em comum, além de ajudar a comunidade como um todo ao qual a cooperativa fazia parte. 


Leia também:

O que é cooperativismo: Conceitos e vantagens


Sustentabilidade econômica

Vimos que o que move o cooperativismo é a possibilidade de melhorar a vida dos cooperados, das comunidades e gerar benefícios sociais e econômicos. 


Com esta premissa, o cooperativismo se aproxima da ideia de desenvolvimento sustentável, que existe a partir de três pilares: a sustentabilidade ambiental, a social e a econômica.


Desta forma, podemos considerar a sustentabilidade econômica como um conjunto de práticas financeiras e administrativas que visam o desenvolvimento econômico, seja de um Estado, de uma empresa ou de uma cooperativa, preservando e defendendo o meio ambiente, mantendo os recursos naturais para que gerações futuras também possam usufruir.


Quando entendemos que o cooperativismo nasce não para gerar lucro, mas para proporcionar bem estar social, entendemos que o pensamento cooperativista anda de mãos dadas com as ideias de sustentabilidade social, ambiental e econÇomica.


Os princípios do cooperativismo e a sustentabilidade econômica


O ideal cooperativista é criado a partir da prática de sete princípios que regem o movimento desde a sua origem. São estes os princípios do cooperativismo:

  1. Adesão livre e voluntária. 

  2. Gestão democrática. 

  3. Participação econômica. 

  4. Autonomia e independência. 

  5. Educação, formação e informação

  6. Intercooperação

  7. Interesse pela comunidade.


Basta uma rápida olhada nos princípios cooperativista para observar que o movimento já nasce consonante com o que bem depois foi chamado de tripé da sustentabilidade, formada pela sustentabilidade ambiental, social e econômica.


Ao levantar ideias como gestão democrática, adesão livre e voluntária, mas, sobretudo, educação, formação e informação, além de interesse pela comunidade, o cooperativismo já adianta essa relação existente entre a sua essência e a ideia de sustentabilidade.

Educação, formação e informação

Podemos pegar como exemplo de como a sustentabilidade econômica é inserido no universo cooperativista o quinto princípio das cooperativas, que é a de fomentar educação, formação e informação para os seus cooperados. 


Ao buscar ações e práticas que gerem conhecimento aos seus associados, e às comunidades, o cooperativismo acaba auxiliando e incentivando uma mudança de comportamento para as gerações futuras, contribuindo para que o conceito de sustentabilidade econômica seja empregado em cada vez mais larga escala.

Lucro x sustentabilidade econômica

Esse conceito sofre no mundo capitalista, por ser, num primeiro momento, inimigo da ideia de lucrar a qualquer preço. Uma empresa privada que busca exclusivamente o lucro tende a não respeitar a ideia de sustentabilidade econômica, ao menos se pensarmos no universo corporativo de décadas atrás.


Hoje em dia cada vez mais empresas entendem que a sustentabilidade econômica pode andar de mãos dadas com o lucro, gerando receitas para as corporações, e não prejudicando o meio ambiente e os recursos naturais.


Esse pensamento, que somente agora vem sendo promovido pela iniciativa privada, existe desde a origem do cooperativismo, séculos atrás.


Os desafios da sustentabilidade para o cooperativismo



Porém é errado achar que tudo acontece de forma perfeita na estrutura cooperativista. Há grandes desafios e lacunas para serem preenchidas nas cooperativas brasileiras e internacionais, e que podemos elencar alguns destes desafios assim:

Promover maior diversidade e inclusão

Cooperativas estão inseridas dentro de comunidades, que são essenciais para que os ideais cooperativistas sejam colocados em prática. 


Muitas vezes a cooperativa é a única instituição do seu setor de atuação dentro das comunidades e cidades, fazendo com que elas se relacionem com públicos bem diversos. 


Sendo assim, é importante que o cooperativismo consiga promover sempre uma maior diversidade e inclusão, para que todas as pessoas das comunidades se sintam contempladas.

Educação financeira

Vimos que o trabalho de educação envolve educação financeira. Criar ações e práticas de curto, médio e longo prazo para que seus associados adquiram conhecimento e informações suficientes para gerir de forma saudável e inteligente suas vidas financeiras é uma das metas que o cooperativismo possui atualmente. 

Transparência

Um dos pilares da Governança cooperativa é a transparência, que precisa ser sempre promovida para gerar confiança, e elevar a reputação das cooperativas perante seus associados. 


É preciso incentivar políticas e práticas cada vez mais inteligentes e modernas de transparência econômica, e que se relacione bem com o princípio da gestão democrática, fundamental para o desenvolvimento dos ideais cooperativistas.

Desenvolvimento das comunidades

É inegável que o cooperativismo é importante para o crescimento e desenvolvimento das comunidades que fazem parte de sua estrutura. 


É preciso que as cooperativas trabalhem de uma forma ainda mais eficiente questões como democracia, transparência econômica, liberdade e igualdade, além de promover sempre o conhecimento e a educação dos povos destas comunidades que as cercam. 


Entender que somente a informação e educação podem gerar futuras gerações independentes e autônomas e mais livres é função do cooperativismo.


 O cooperativismo como parceiro da sustentabilidade econômica



As cooperativas vêm sendo uma grande parceira de projetos que visam desenvolver a ideia de sustentabilidade econômica em comunidades e cidades. Essa vem sendo uma das formas que o cooperativismo tem atuado para desenvolver alguns de seus princípios mais importantes, como ser um incentivador de melhorias sociais nas comunidades.


Há projetos que, por exemplo, financiam rotas turísticas sustentáveis em comunidades e cidades Brasil afora. A Rota do Enxaimel, por exemplo, foi criada para incentivar o fluxo turístico e promover as atrações culturais no local. Toda a rota envolve a comunidade, produtores locais e gera, é claro, retorno financeiro para os seus moradores.


Com o objetivo de difundir a existência desta rota, os organizadores do projeto entraram em contato com a Cooperativa de Crédito Viacredi, para ser uma parceira do projeto.


Esse exemplo pode ser usado para entendermos a importância do cooperativismo para que ações e projetos que visam a sustentabilidade econômica sejam colocadas em prática, ajudando muito no processo de melhorias das comunidades envolvidas.


Ações que o cooperativismo incorpora para promover a sustentabilidade 



Além de incentivar e apoiar ações que visem a sustentabilidade econômica, o cooperativismo também vem criando ações práticas que auxiliam o desenvolvimento sustentável.


É preciso falar da busca pelo menor impacto ambiental que une o cooperativismo com a ideia de sustentabilidade.


Este pensamento vem resultando em ações práticas, incluindo o manifesto lançado em novembro de 2021, quando a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) apresentou a visão e o posicionamento do cooperativismo brasileiro a respeito da sustentabilidade e preservação ambiental do planeta.


Este documento cita a importância em se ter controle da emissão de carbono e de gases do efeito estufa, desmatamento ilegal e incentivos fiscais e monetários para produtores rurais que efetivamente tenham condutas a favor do meio ambiente.

Ações como estas estreitam ainda mais os laços que o cooperativismo possui com as ideias de sustentabilidade econômica, social e ambiental.


Há também a adoção e promoção por cada vez mais cooperativas de um contínuo uso de energia renovável, bem como a disponibilização de linhas de financiamento pelas cooperativas de crédito para este objetivo.


Conclusão

A construção de um mundo economicamente sustentável deve ser feito através de um acordo coletivo, que envolva as iniciativas privadas, públicas, e setores como o do cooperativismo.


Porém, vimos que o pensamento cooperativista, desde o seu nascimento, já prevê uma relação mais saudável e harmoniosa com o meio ambiente e com as pessoas envolvidas em sua estrutura.


O cooperativismo sempre foi uma parceira da sustentabilidade econômica, e os exemplos mostrados são provas desta parceria.


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Neste artigo vamos entender como o conceito de sustentabilidade econômica se relaciona com esse pensamento cooperativista.

Sustentabilidade econômica

19/09/2022

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