Economia Solidária: O que é? Quais Vantagens? Veja alguns Exemplos
Sempre que pensamos nas dificuldades que o mundo apresenta hoje, com escassez de recursos naturais, além de desigualdades econômicas e sociais, buscamos soluções que possam resolver estes problemas.
Neste sentido, movimentos como o cooperativismo e a ideia de economia solidária se mostram ótimas oportunidades para pensarmos em uma sociedade mais justa e auto-suficiente.
Neste artigo vamos entender o conceito de economia solidária, e como ela nasceu para o mundo. Vamos conhecer as vantagens para as empresas e para a sociedade como um todo em desenvolver ações que promovam os ideais da economia solidária.
Por fim, veremos também exemplos de como podemos exercitar a ideia de economia solidária.
O que é economia solidária?
Podemos pensar no conceito de economia solidária como sendo um movimento de ações econômicas, de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, e que visa diminuir as desigualdades em um período de médio e longo prazo naquele lugar.
A economia solidária também nasce com o objetivo de transformar uma sociedade individualista e capitalista em um mundo mais justo, com maior divisão das riquezas, além de se basear nas ideias de colaboração, solidariedade e coletividade.
A economia solidária busca transformar empresas e pessoas, criando um movimento mais justo socialmente e mais sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental.
Economia solidária x capitalismo
Quando pensamos na ideia de economia solidária, percebemos logo de imediato que ela surge como uma alternativa ao mundo estritamente capitalista, baseado somente no lucro e sem nenhuma causa social para ser defendida.
Na economia solidária há a necessidade de que o processo de produção seja feito com a participação de todos, com cooperação, além de ter como objetivo vender, comprar e produzir, sem que haja exploração do trabalho humano além de uma exploração do meio ambiente, causando a sua destruição.
Assim, a ideia de economia solidária surge para diminuir desigualdades e tornar o mundo sustentável, causas que o mundo capitalista não abraça como um todo.
Claro que há empresas capitalistas que se preocupam cada vez mais com causas socioambientais, mas que ainda estão no início de um trabalho planejado e focado em sustentabilidade e economia solidária.
Economia solidária e as cooperativas
Basta conhecer um pouco de cooperativismo para relacionar a ideia de economia solidária com o trabalho realizado por uma cooperativa.
O principal objetivo do movimento cooperativista é promover, ao mesmo tempo, o desenvolvimento econômico e social e o individual e coletivo, sempre de maneira sustentável e equilibrada, promovendo também o bem estar coletivo e o desenvolvimento de comunidades que ficam no entorno das cooperativas.
Quando vemos os princípios cooperativistas percebemos que alguns elementos da economia solidária estão ali presentes.
Autonomia e independência;
Educação, formação e informação;
Interesse pela comunidade.
O cooperativismo é o movimento que mais se assemelha com a ideia de economia solidária, porque seu foco não é o lucro, mas sim gerar bem-estar e desenvolvimento para seus cooperados e para os habitantes de seus arredores.
Quais vantagens em promover a economia solidária?
Com o mundo vivendo momentos difíceis, com crises cada vez maiores de alimentos e com os recursos naturais sendo destruídos por ações dos homens e de empresas que visam somente o lucro, a ideia de economia solidária se apresenta como uma possível solução para ao menos diminuir esses problemas sócio-ambientais.
Assim, podemos ver algumas vantagens em praticar e promover a economia solidária:
Inclusão social
Quando paramos para pensar que no Brasil as seis pessoas mais ricas possuem um patrimônio que equivale a tudo que os 100 milhões mais pobres possuem, percebemos o quão importante é transformar o país com ideias e ações, e movimentos como o cooperativismo e a economia solidária chegam para ajudar nessa transformação.
Não há relação patrão-empregado
O mundo capitalista deu forma à estrutura de trabalho atual, com uma relação hierárquica e baseada em poder de patrões com empregados.
A mão de obra vem sendo constantemente usada de forma análoga a escravidão, com os trabalhadores perdendo cada vez mais direitos.
Neste sentido, a economia solidária busca uma transformação nesta relação de trabalho, eliminando a relação tóxica entre patrão e empregado, porque todos os envolvidos acabam sendo donos, produtores e consumidores do negócio ao mesmo tempo.
Diminuição das desigualdades raciais
Quando pensamos em um mundo mais justo, pensamos automaticamente em um mundo onde negros possam ganhar salários similares ao de brancos, caso exerçam as mesmas funções numa empresa.
Está provado em estudos, que se nada for feito hoje, este quadro de racismo estrutural vai permanecer para sempre. Assim, a economia solidária, ao buscar um mundo mais justo, tende a trabalhar pela diminuição das desigualdades raciais.
Incentivo ao comércio e consumo locais
Um dos pilares da ideia de economia solidária envolve o incentivo ao comércio local, beneficiando pequenos comerciantes, agricultores e pessoas que trabalham em pequenas empresas familiares.
Esse movimento contrasta com o mundo atual, que dá lucro somente para algumas mega organizações, que dominam os mercados nas suas áreas de atuação e destroem o comércio local que são aqueles de bairro ou de pequenas cidades.
Sustentabilidade
Sustentabilidade é a constante busca por uma relação equilibrada entre homem e natureza, entre o suprimento das necessidades humanas e a preservação dos recursos naturais do mundo.
Esse desequilíbrio põe em risco as gerações futuras, pois compromete o meio ambiente e as relações sociais.
Modelo de organização aberta e democrática
A economia solidária tem como objetivo o incentivo à um modelo de gestão humanizada, que seja democrática e aberta a todos que desejarem entrar de forma livre e voluntária.
O modelo de economia solidária está em constante transformação justamente por isso, pelo fato de a todo o momento receber novas ideias, opiniões e proposições, fazendo da ideia um organismo vivo, que muda constantemente.
Exemplos de economia solidária
Podemos citar alguns exemplos de economia solidária:
Bancos comunitários
Bancos comunitários são instituições que prestam serviços de economia solidária, como empréstimos produtivo, habitacional e de consumo, a juros mínimos, sem visar o lucro, tal como um banco tradicional.
É um banco de autogestão, onde normalmente a comunidade gera uma morda específica, que faz a economia local girar de forma equilibrada e mais justa.
Coletivos ecológicos
São movimentos sócio-ambientais que buscam soluções inteligentes e transformadoras para os diversos problemas ambientais existentes no país.
Normalmente o objetivo dos coletivos ecológicos é contribuir para a criação de ideias e projetos que promovam a consciência ambiental nos âmbitos comunitário, social e individual, promovendo a educação ambiental e ajudando a construir novas gerações de jovens ainda mais engajados com as causas ambientais.
Cooperativas
As cooperativas são o exemplo de economia solidária mais famosa que existe, porque a sua origem é mais antiga, datada lá de 1844, na Inglaterra.
O cooperativismo nasceu como uma opção ao capitalismo e até hoje se mostra como um substituto para grupos que acham o capitalismo destrutivo e egoísta demais.
As cooperativas possuem seus princípios que defendem o desenvolvimento sustentável, a gestão democrática, a cooperação entre as organizações cooperativistas, dentre outras defesas que promovem um mundo mais justo e desenvolvido socialmente.
Pequenos e médios produtores orgânicos
Existe no país um novo nicho muito respeitado e que cada vez mais vem sendo popularizado, que é o setor de produtos orgânicos. Há pelo Brasil inteiro feiras de produtos orgânicos, além de incentivos para que a população se alimente cada vez mais com produtos orgânicos.
Podemos entender a agricultura orgânica como expressão usada para designar sistemas sustentáveis de agricultura que não permitem o uso de produtos químicos sintéticos prejudiciais para a saúde humana e também para o meio ambiente como um todo, afetando as futuras gerações.
Assim, temos pequenos e médios produtores que se dedicam a produzir alimentos completamente saudáveis, contribuindo para a alimentação dos brasileiros e gerando renda.
Grupos de agricultura familiar
São grupos pequenos que decidem utilizar suas pequenas fazendas ou terrenos similares para produzir e comercializar alimentos que vão chegar à mesa de milhares e milhões de pessoas no país.
A agricultura familiar vem crescendo bastante no Brasil e já responde por uma pequena fatia das receitas geradas Brasil afora.
Conclusão
Vimos aqui que a economia solidária se apresenta como uma esperança para o futuro. Seus princípios trazem valores que abraçam o mercado solidário, o meio ambiente e as novas formas de economia, baseada na ideia de sustentabilidade, responsabilidade e justiça social.
Movimentos como o cooperativismo são ótimos exemplos de como a economia solidária vem crescendo no país, gerando renda, dando trabalho e promovendo um mundo melhor.
E você, já conhecia a ideia de economia solidária?
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